Complementação: Zé e o Grêmio

Anteriormente levantei a hipótese de Zé Roberto retornar a equipe como winger (ponta, extremo, meia-ala) pelo flanco direito, no lugar do Paraguiao Riveros. Pois bem, Enderson testou o camisa dez neste domingo, contra o Atlético Paranaense, o utilizando como meia-atacante, na vaga do lesionado Luan.

Enderson manteve a estrutura tática da equipe: 4-4-1-1. A exemplo do esquema tático, o modo de jogar do Grêmio se mantém: transição ofensiva em velocidade. Sem confundir com o “jogar em reação” que Tite implementou no Corinthians. O “jogar em reação”, consiste em induzir o adversário ao erro, seja no campo de ataque ou defesa, e realizar a transição ofensiva rapidamente para ‘pegar’ o adversário desestruturado – com as calças na mão. E, o modo de jogar tricolor é transitar em velocidade explorando único e exclusivamente Dudu (e, anteriormente, Luan), sendo assim, desrespeita a cartilha estabelecida por Tite: sair em bloco e superioridade numérica na transição. Portanto, a estratégia tricolor se baseia no velho e imutável contra-ataque.

O retorno de Zé Roberto a equipe, atuando como "1" entra meio-campo e ataque.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, diria o poeta. Luan e Zé Roberto são distintos por completo. Em nada se assemelham. Zé cadencia. Luan acelera. Zé gira a bola. Luan é objetivo e vertical. Zé é meio-campista e isola Barcos. Luan ronda as imediações da grande área e faz companhia ao centroavante, além de servi-lo. Ao escalar Zé Roberto nesta faixa de campo, centralizado, “próximo” de Barcos, imagino que Enderson buscou qualificar as rápidas tramas ofensivas, especular finalizações de fora d’área e cadenciar (mesmo adotando o contra-ataque como modo de jogar?) o jogo quando necessário e buscar solução para a eventual ausência de Luan. A qualidade técnica de Zé Roberto é inegável e testa-lo como ponta de lança foi valido, verificou-se que ali ele não se encaixa (a demanda da função é outra), apenas para uma eventualidade.

O mapa de calor (que registram os espaços ocupados pelos jogadores enquanto eles tiveram a bola) do camisa dez demonstra a intensa movimentação do meia, comparecendo por todo setor de ataque. Logo, percebe-se que o meia foi solicito, foi de encontro ao jogo, porém, a estilo de jogo do Grêmio requer outra espécie de jogador para aquela função: alguém agudo, vertical, que infernize a defesa adversária. Claramente Zé não é, mas pode ser útil em tantas outras posições do meio-campo.

Mapa de calor do camisa dez tricolor evidencia por onde ele rodou.

Se Luan retornar a equipe para o jogo de quarta-feira, soluciona-se o problema do ataque. Não do time. Contra o Atlético-PR, Enderson testou Bressan e Geromel na zaga, ambos não demonstraram bom desempenho. E, de quebra, Grohe sentiu, Busatto foi posto à prova, reprovado veementemente.

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