Apresentando o Box-To-Box

Texto original do blog Doentes Por Futebol. Autor: Thiago Menezes

Lampard, Gerrard e Scholes são "box-to-box" natos.
Lampard, Gerrard e Scholes são “box-to-box” natos.

BOX-TO-BOX
Aqui no Brasil é comum ouvirmos de locutores e comentaristas sobre os ‘volantes’ Lampard e Gerrard, ou que o brasileiro Anderson, ex-Grêmio, virou um jogador defensivo atuando pelo Manchester United.
Quem assiste às partidas, no entanto, sabe que não é bem assim. Esses jogadores têm um papel importante defensivo, sim, mas são igualmente importantes no campo ofensivo, participando da armação das jogadas, criando chances de gol e finalizando de longa e média distância.
Pela cultura tática inglesa, os meio-campistas são formados aprendendo tanto a defender quanto a atacar. Geralmente são habituados a atuar no esquema 4-4-2 em linha, isto é: além da típica linha de quatro defensores, há outra linha idêntica no meio, com dois meias abertos – chamados de wingers – e os meias centrais, denominados de box-to-box.
Box-To-Box - meia central defensivo e ofensivo
Box-To-Box – meia central defensivo e ofensivo
CAIXA-POR-CAIXA?
box-to-box (“área a área” em inglês) atua fazendo tanto a função de volante quanto a de armador, indo e voltando o tempo todo entre as duas intermediárias. Um atributo muito importante para um box-to-box se sair bem na parte ofensiva é o chute de longa distância: jogadores como Lampard, Gerrard, Scholes e Carrick possuem bons chutes longos, podendo aproveitar as sobras na entrada da área ou mesmo bolas ajeitadas pelos atacantes, que fazem o papel de pivô. Como entre o box-to-box e o atacante não existe nenhum jogador especializado apenas em criação, é esse meio-campista que precisa arriscar mais os chutes de fora.
ANDERSON, O BOX-TO-BOX TUPINIQUIM
Talvez pelo motivo citado acima, o brasileiro Anderson não consegue destaque contínuo no Manchester United. Ele, que era um meia-armador nato, aprendeu a marcar, mas não consegue desempenhar o papel de box-to-box com tanta qualidade por faltar com as finalizações. Ele marca, avança como tem que avançar, mas no campo ofensivo se limita apenas a criar, além de quase não finalizar ao gol e não ter um bom chute longo. Com isso, mesmo quando faz boas partidas, sempre fica parecendo faltar alguma coisa, e como acaba aparecendo mais marcando, cria-se a falsa ideia de que se tornou um volante típico e perdeu a liberdade de atacar.
Você provavelmente está pensando agora: bom, se o box-to-box avança ao ataque, um imenso buraco no meio campo aparece. Não estaria errado se não fosse o adiantamento da linha defensiva, que sobe junto com a linha de meio-campo, posicionando-se poucos metros atrás. Isso pode tornar o time mais vulnerável a contra-ataques rápidos, porém a compactação dos jogadores dá o combate necessário caso o time perca a bola, pressionando o adversário até que todos se posicionem em suas posições originais.

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2 Responses to Apresentando o Box-To-Box

  1. Beto says:

    Olá turma do Nó Tactico,

    Meu nome é Humberto Alves, sou gerente de afiliados do www.apostasonline.com e gostaria de lhes fazer uma proposta.

    Como não consegui encontrar nenhuma área para contato, poderiam me enviar um email para afiliados [arroba] apostasonline.com para darmos continuidade a negociação?

    Grande abraço

  2. Bom texto, tem algo em comum com o meu texto: http://alimavisaodejogo.blogspot.com.br/2012/12/o-tempo-passa-ate-mesmo-para-os-craques.html

    É tenso ouvir comentaristas e narradores classificando todo meio-campo central como "volante"

    Abraços.

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