O que Grêmio, Corinthians, México e Velez têm em comum? Duas linhas de quatro e frearam Neymar


Clubes, seleções, todos com algo em comum diante da nossa joia Neymar. A “arte” de marca-lo. Não se trata de uma formula mágica, mesmo aparentando ser, em campos tupiniquins, trata-se de uma evolução.

Há alguns anos, sequer o mais saudosista torcedor e analista poderiam afirmar que um 4-4-2, tipicamente inglês, seria aplicado em nossos gramados. Com certo atraso, me referindo a campeonato brasileiro, nos o importamos, adaptamos e executamos. Um referencial deste 4-4-2 “abrasileirado” é o tricolor de Vanderley Luxemburgo. Atua em duas linhas em fase defensiva e quadrado/4-2-3-1 em fase ofensiva.

Flagrante tático. Grêmio em fase defensiva em duas linhas de quatro compactadas e sem espaços entre setores.

A titulo de curiosidade. Importamos a gênese do 4-2-3-1, ou seja, o 4-4-2, quase que, simultaneamente. Esta defasagem não é por inteira um caos. A exemplo do Corinthians é possível executar ambos em perfeita sintonia, 4-2-3-1 em fase ofensiva e duas linhas ao defender, compactando setores, marcando no campo adversário e saindo em velocidade.

Um fato esta “degolando” a essência de nosso futebol, o passe. A carência no passe e qualidade técnica esta nos assolando, nossa atual geração de desportistas não é de brilhar os olhos, a exceção de alguns. Perante isto, estamos executando um 4-4-2 em duas linhas, com adaptações, compensações, mas nos recordando muito ao britânico, em virtude da dificuldade de transitar entre as fases.
O esquema inglês, durante décadas, utilizou-se da ligação direta para suas transições, ignorando o setor de meio campo. O Brasil, por sua vez, tinha uma escola de futebol vistoso e com cerebrais jogadores para reger “sinfonias”, o passe era refinado. A Inglaterra, no seu futebol de elite, evoluiu, nós, regredimos. Uma inversão de papeis.

Neymar, um diamante em sua essência, ou seja, bruto, precisa ser lapidado para brilhar e destacar entre os demais. Nossa joia não esta acostumada a enfrentar equipes compactadas, não é de costume, no Brasil, jogar próximo e reduzir espaço entre setores. Porém, para por em pratica as duas linhas britânicas, é necessário compactação. Imprescindível esta estratégia. Perante isto, se linhas bem compactadas, Neymar não encontra brechas para transitar com facilidade, a marcação dupla, por vezes tripla, não o deixa respirar, não há perseguições, há ocupação de setores de maneira inteligente.

Aplicando a essência do 4-4-2 em duas linhas, fica afanoso para qualquer jogador fluir com seu futebol. Esperar a bola no pé é, no mínimo, temerário. Movimentação para abrir as linhas, descompactar setores e vitoria pessoal para desarrumar sistema de cobertura é essencial. Fecha-se uma porta, uma janela se abre.

Nosso diamante bruto precisa encontrar uma solução, pois na Europa, o mais modesto dos times se compacta bem. É preciso jogar entre as linhas. Portanto, sair do Brasil faria Neymar evoluir.

Exemplos de como Neymar penou perante duas linhas? No ultimo domingo contra o Grêmio. O tricolor dos pampas sempre dobrava marcação em Neymar, em virtude de jogar em duas linhas; 

Flagrante tático. México defendendo em duas linhas. O espaçamento entre elas gera espaço para jogador transitar sem marcação. Raro momento de falha mexicana.

México nos jogos olímpicos, não somente Neymar, o Brasil como um todo dançou ao som dos mariachis, novamente duas linhas e um nó que Neymar não desatou; Por um triz, Neymar x Vélez, duas linhas de quatro e imensas dificuldades, diria que, Neymar não viu a cor da bola; Mesmo vencendo contra, Suécia e Coréia, nossa seleção não empolgou, e, novamente Neymar enfrentou as duas linhas, dificuldades já antes vista; 

Coréia compactada em duas linhas de quatro. Neymar recuando para encontrar espaço e, ainda assim, é cercado por coreanos.

O capitulo que serviu como "aula" de duas linhas foi o embate na Libertadores, Santos x Corinthians, as duas linhas sobraram.

Flagrante tático. Corinthians postado defensivamente no 4-4-2 britânico. No detalhe, Neymar procurando espaço entre linhas.
O que todos estes clubes e seleções tinham em comum? Marcaram, não somente um jogador, mas o time como um todo com rispidez e ocupando os espaços. Realizaram as duas linhas com notoriedade e respeitando princípios do 4-4-2 inglês.

Como não há uma formula mágica para marca-lo, não há para fazê-lo jogar, contra as temidas duas linhas de quatro. Esta dificuldade não é exclusividade de Neymar. Diria que, Neymar, Lucas e Ganso, o tridente de ouro do Brasil, para evoluir, precisam ser lapidados em campos europeus. Lucas deu o primeiro passo. Ganso devido lesões, esta atrasado, uma nuvem de duvidas pairam perante seu futebol. Neymar estancou, a transferência é iminente.


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