Suspenso por tempo indeterminado


Boa tarde! É com imensa tristeza que venho lhes comunicar que o blog ficara suspenso durante longo tempo.Inverno sem tempo estipulado de fim. Suspeito não haver primavera. Agradeço aos que acompanharam o blog e auxiliaram a difundi-lo nas redes sociais.

Desejava reviver o sentimento tático que inspirava minhas analises de outrora. Porém, não consegui acha-lo em meu eu interior. Ou, talvez, apenas uma crise matrimonial, precisando esparecer, "dar um tempo". Quem sabe.

Honesta e sinceramente não possuo mais prazer em analisar e escrever textos voltados ao futebol. Portanto, quaisquer analises de minha parte seriam obrigações e não prazerosas, como deve ser.

Reitero que foi uma honra estar com os senhores neste blog, cuja essência foi informar e apresentar temas para debate. Meus sinceros agradecimentos, Eduardo Papke Rocha. 

Se este lapso sessar, confesso voltar aos campos táticos.

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Os 12 grandes do Brasil em 2013, por enquanto


Análise de Leonardo Fernandes do blog Painel Tático
Apesar do período de contratações estar só começando com as possíveis chegadas de Carlos Eduardo no Flamengo, Riquelme no Palmeiras e Josué no Galo, as mais próximas de acontecerem, alguns times já se encontram em fase final de preparação para a temporada. Santos, São Paulo, Cruzeiro, Corinthians e Inter já têm elencos fechados. Fluminense, Atlético-MG, Botafogo e Grêmio ainda podem contratar, mas seus times estão praticamente definidos. Flamengo, Palmeiras e Vasco começam o ano cheios de incertezas e precisam sair às compras para fazer bem em 2013. Muito cedo para falar, mas já dá para tirar alguns palpites táticos dos jogos-treino e dos treinamentos enquanto os estaduais e a Libertadores não começam:
  • São Paulo
Apesar do desempenho constrangedor dos titulares no último jogo-treino, contra o RB Brasil, Ney Franco praticamente selou a equipe titular do São Paulo, pelo menos para a pré-Libertadores e o início de Estadual. Oficialmente sem Vargas, Ney manda a campo um híbrido de 4-3-1-2 e 4-2-3-1 pensado para suprir a saída de Lucas. Os laterais têm mais liberdade para avançar e Jádson ora é volante pela direita, ora é meia, às vezes invertendo com Ganso. Se a velocidade de Osvaldo pela esquerda é boa jogada, Jádson precisa se adaptar enquanto Wallyson se recupera de lesão. O empate no terrível jogo-treino contra o RB Brasil não deve se repetir e o São Paulo mantém o favoritismo na Libertadores.
São Paulo 2013
  • Santos
Para suprir a Neymar-dependência, Muricy pediu e a diretoria atendeu: vários reforços vieram ao time da baixada. Agora com Montillo e Cícero, o Santos, já confirmado por Muricy, deve usar o 4-3-1-2 com Arouca e Cícero marcando e jogando no meio, Montillo acionando Neymar e se juntando ao ataque e André na referência. O camisa 11 ganha time técnico e marcador no meio, mas precisa de uma defesa com melhores nomes. Nei  e Assunção ganham condição física e fazem do Santos um time bem melhor daquele visto em 2012.
Santos 2013
  • Corinthians
Ainda em ritmo de festa, o Corinthians irá atuar com reservas nas primeiras rodadas. Mas o time titular ganhou os bons reforços de Gil e Renato Augusto e Pato, a estrela do marketing que precisa se livrar das lesões para ter sequência. Tite deve optar por manter o 4-2-3-1 que marca em duas linhas, possui jogadas bem definidas e ganha ainda mais quando tem a referência na frente. Com Pato, o esquema passa a ser um 4-4-1-1 com o ex-Milan fazendo a ligação entre meio e ataque. Favorito a tudo o que participa, o Corinthians de 2013 só será conhecido no final de Fevereiro.
Corinthians 2013
  • Palmeiras
Mergulhado na crise, o Palmeiras tenta se reeguer após o vexame de 2012. Muitos foram embora mas apenas Prass e Ayrton chegaram, o que faz Gilson Kleina bater cabeça na escolha do time titular. O sonho cada vez mais próximo de Riquelme pode ajudar o time a suprir as prováveis ausências do desgastado Valdívia. Taticamente, Kleina vai manter o 4-2-3-1 da temporada passada, mas com postura mais cautelosa. Os dois jogos-treino mostraram um time fechado em seu próprio campo, saindo rapidamente pelos lados com Luan e Wesley e Barcos na dele, fazendo muitos gols. Jogar como time pequeno pode ser a única saída para o complicado Palmeiras.
Palmeiras 2012
  • Fluminense
Na boa: é assim que Abel Braga está em 2013. Depois de ser campeão brasileiro, o Flu manteve a base e ganhou Wellington Silva, do rival Fla, mas o time deve ser o mesmo de 2012. Com Riquelme distante e Conca descartado, o Flu deve ir a campo no 4-3-2-1 rápido pelas pontas e acionando muito Fred. Abel já acenou que quer uma espécie de 3-3-3-1 forte na marcação, mas precisa aprender com o erro capital de 2012: não depender de Fred e Deco. Os dois foram poupados do último jogo treino, uma derrota de goleada para o Audax-SP, por 4X0. Pelo menos reservas para os dois é preciso.
Flu 2013
  • Botafogo
O calminho Botafogo não se mostrou muito presente nas contratações e trouxe nomes poucos badalados para a defesa, posição criticada em 2012. Corretamente apostando na manutenção de Oswaldo de Oliveira, a Estrela Solitária vai a campo no 4-2-3-1 com a defesa bem mais experiente, mas lenta, Bruno Mendes se movimentando muito e Seedorf armando. Não é o time dos sonhos e precisa de ambição para ganhar algo além de um Carioca. Um centroavante e volantes são necessários.
Bota 2012
  • Vasco
A crise imensa do Vasco é reflexo da péssima administração e do caos financeiro dos times cariocas. A base de 2012 foi embora por completo e o Vasco aposta nas suas revelações da base e em velhos nomes como Carlos Alberto. Futuro? Ninguém sabe. Tática? Gaúcho acenou com um 4-4-2 britânico, o que melhor se encaixa na montanha de volantes do elenco. Mas o 4-3-3 e o 3-5-2 podem pintar. Faltam muitas contratações para o Vasco voltar a brilhar. Por enquanto, indefinido.
Vasco 2013
  • Flamengo
Se sufoco foi a palavra de 2012, renovação é a de 2013: o Flamengo contratou jogadores jovens como Gabriel e Elias e Dorival Júnior pode manter o 4-3-1-2 dos melhores momentos do ano passado. Mas falta um centroavante, já que Liédson não joga mais no Fla, laterais e zagueiros. Um time indefinido, mas que deve apostar no bom trato de Dorival com jovens e acabar com a crise política e financeira que assola o clube, já que está de presidente novo. Outro time indefinido.
Fla 2013
  • Cruzeiro
O Cruzeiro anunciou um pacote enorme de reforços, entre eles Marcelo Oliveira, o técnico, e não promete um time de estrelas, mas sim de jogadores regulares. No 4-2-3-1, Martinuccio e Éverton Ribeiro devem voar pelos lados enquanto Diego Souza se junta a Borges no ataque. Com novos zagueiros e Nílton e Henrique como volantes, o Cruzeiro pode surpreender em 2013. Resta confiar no trabalho de Oliveira para dar “liga” ao time.
Cruzeiro 2013
  • Atlético-MG
Após o quase no BR-2012, o Galo vem mais preparado emocionalmente para 2013. A base de 2012 permanece, e Cuca pretende resolver a meia direita, setor crítico, com Rosinei, ex-Corinthians. Ainda há a opção de Carlos César, habilidoso e rápido, ou Moraes, a contratação surpreendente do Galo para 2013. No meio, Josué pode pintar para melhorar a marcação. De resto, a base do 4-2-3-1 com a variação típica de Cuca para o 3-4-3 será mantida e basta manter o ritmo dos melhores jogos do ano passado para fazer bem na temporada. O jejum de 42 anos sem títulos de expressão já incomoda e muito.
Galo 2013
  • Internacional
Odiado por 10 entre 10 brasileiros, Dunga tenta a redenção no Inter, sua casa. Nomes novos como Bruno Peres e Willians chegam para apagar o caótico ano de 2012 e fazer valer a pecha de favorito que o Inter carrega, mas que nunca se confirma. Forlán, D´Alessandro e Dátolo devem ser o trio de meias do 4-2-3-1, junto com um meio bem trancado com Ygor e Willians. No papel é bom, mas na prática Dunga terá que ter muito jogo de cintura para fazer Forlán render o que se espera dele.
Inter 2013
  • Grêmio
Em seu último ano como técnico, Luxa tenta a Libertadores, seu grande sonho, a qualquer preço. Por isso apelou para velhos conhecidos como Dida e Cris e monta o time no seu predileto e vencedor 4-3-1-2. Alguns resgates: Elano não será volante, mas sim armador, como no Santos de 2004, e Zé Roberto atuará como volante armador pela esquerda, como o Santos de 2007. Alex Telles é o grande destaque nos treinos e promete voar pela esquerda. Apesar disso, é um elenco envelhecido e Vargas não deve estar presente na pré-Libertadores. Pintou um típico time de Luxa? ( muitos ataques pelos lados, movimentação, ofensividade e boa ocupação de espaços num 4-3-1-2).
Grêmio 2013

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Como seria o Bayern de Guardiola?

Análise de Diogo Ribeiro Martins do blog A Prancheta Tática

Hoje, em seu site oficial, o Bayern de Munique, um dos gigantes do futebol europeu, anunciou que a partir da próxima temporada, em decorrência a aposentadoria de seu atual treinador, o ex-técnico do Barcelona, Pep Guardiola, vai treinar o clube alemão até 2016.

Pep Guardiola, como muitos sabem, tem uma história imensa com o Barcelona, tanto como jogador, tanto como treinador, onde conquistou muitos títulos importantes.
Agora, essa é a chance do espanhol provar ao mundo todo que ele consegue treinar outro time sem ser o Barcelona. É claro que ele não vai do nada fazer com que o Bayern jogue igual ou semelhante ao clube catalão, mas pelo menos ele pode fazer com que o time possa ter mais qualidade coletiva e poder jogar marcando pressão e com mais posse de bola que o normal.
Atualmente o Bayern joga num 4-2-3-1, porém, sofre com a ausência do holandês Arjen Robben, que está lesionado atualmente. Com isso, o quarteto ofensivo Kross-Ribery-Muller-Mandzukic está mais estático, com menos mobilidade, mesmo que o time esteja agora nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa e seja líder isolado da Bundesliga, Guardiola pode fazer com que esse time, com algumas contratações, seja mais dinâmico, mais ofensivo, sem comprometer a defesa.


"O atual Bayern de Munique no 4-2-3-1 com uma referência na área e com menos mobilidade."


"Com Guardiola, um dos prováveis times do Bayern pode ficar mais dinâmico e ofensivo, com os dois volantes marcando e saindo pro jogo no 4-2-3-1, o apoio alternado dos laterais, o time todo avançando suas linhas pra marcar pressão e Muller de falso nove, para permitir o avanço dos trio de meias, e até dois dois volantes, é claro que Guardiola vai pedir reforços, sejam para compor elenco, ou seja pra ser titular nesse time. "


E você caro leitor como você acha que Guardiola irá escalar o Bayern? Qual esquema? Quem seria titular? Comentem, mostrem suas ideias e opinem!

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Possível Timão com Pato


Texto do blog do Carlão 
A temporada 2013 vai ser longa e desgastante para o Corinthians. Paulista, Libertadores, Brasileiro, Recopa, Copa do Brasil, e quiçá o Mundial novamente. Vai saber. Portanto, mais do que nunca, o elenco terá de ser rico em quantidade e qualidade, já que Tite deverá girá-lo como bem entender. 


Cedo ou tarde, no entanto, o onze ideal terá de ser eleito - sem jamais abdicar de planos B, C, D... Quanto ao A, creio em Renato Augusto titular. E, se confirmada a notícia da Sky Sports desta segunda-feira, Alexandre Pato também.

Eu sei. Pato se machuca com frequência. (E é justamente por causa das lesões e das suspensões que o plantel tem de ser forte a ponto de resistir o desunamo calendário nacional.) Contudo, caso o jogador do Milan consiga emplacar uma sequência satisfatória de jogos (por que não?), não tenho dúvida de que estará entre os onze, pois trata-se de um craque extraclasse.

Tite é adepto do 4-2-3-1, todos sabemos. Mas sabemos também que existem variações: por exemplo, quando Emerson vem atuar na faixa central e Danilo fecha um dos corredores, caracterizando assim uma espécie de 4-4-2 em linha (ou 4-4-1-1, se preferir). E é no 4-4-2 em linha, com eventuais variações, que o Corinthians pode vingar no ano que vem.


Partindo do princípio que Ralf, Paulinho, Renato Augusto, Pato e Guerrero seriam titulares, restaria apenas uma vaga do meio pra frente. Entre os candidatos estariam Emerson, Danilo, Jorge Henrique, Romarinho e Martínez, todos aptos a preencher o flanco esquerdo do campo. Lembre-se que, no Bayer Leverkusen, Renato em regra atuava aberto à direita - o que não quer dizer que não possa jogar em outra posição no Timão.

Em relação à dupla de ataque, Guerrero e Pato poderiam se completar com rara felicidade. Jogadores de mobilidade e qualidade com a bola no pé longe da área, Pato e Guerrero poderiam se revezar entre primeiro e segundo atacante. Ambos têm totais condições de exercer as duas funções. E se fosse desejo do treinador, Pato poderia, sem a bola, encostar no primeiro volante adversário pela faixa central - algo que Emerson faz de vez em quando.

Na minha hipotética prancheta, aliás, deixei Emerson e seus 34 anos como segunda opção, atrás de Martínez. 2013 pode ser, de fato, a temporada para o argentino se firmar na equipe. Agora, caso ele peça para sair (disse isso no começo de novembro), as alternativas seriam Danilo, Jorge Henrique, Romarinho... Além, claro, de Emerson. Qual seria a melhor pedida? Só os treinamentos e os jogos iriam dizer. E sabemos que, com Tite, ganha-se a posição na bola.

Douglas? Bem. Acho que seria reserva. Todavia, como o calendário é extenso e nenhum clube está livre de lesões e suspensões, o camisa 10 poderia ser bastante utilizado, até pela possibilidade de adoção do 4-2-3-1, com ele na meia central.

Existem outras possibilidades táticas e técnicas? Sim. Claro que sim. Mas inspirado pela informação sobre Alexandre Pato (que pode não se concretizar), resolvi de bate-pronto rascunhar o Corinthians 2013, e o que de melhor veio à minha cabeça foi esse time. 



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Apresentando o Box-To-Box

Texto original do blog Doentes Por Futebol. Autor: Thiago Menezes

Lampard, Gerrard e Scholes são "box-to-box" natos.
Lampard, Gerrard e Scholes são “box-to-box” natos.

BOX-TO-BOX
Aqui no Brasil é comum ouvirmos de locutores e comentaristas sobre os ‘volantes’ Lampard e Gerrard, ou que o brasileiro Anderson, ex-Grêmio, virou um jogador defensivo atuando pelo Manchester United.
Quem assiste às partidas, no entanto, sabe que não é bem assim. Esses jogadores têm um papel importante defensivo, sim, mas são igualmente importantes no campo ofensivo, participando da armação das jogadas, criando chances de gol e finalizando de longa e média distância.
Pela cultura tática inglesa, os meio-campistas são formados aprendendo tanto a defender quanto a atacar. Geralmente são habituados a atuar no esquema 4-4-2 em linha, isto é: além da típica linha de quatro defensores, há outra linha idêntica no meio, com dois meias abertos – chamados de wingers – e os meias centrais, denominados de box-to-box.
Box-To-Box - meia central defensivo e ofensivo
Box-To-Box – meia central defensivo e ofensivo
CAIXA-POR-CAIXA?
box-to-box (“área a área” em inglês) atua fazendo tanto a função de volante quanto a de armador, indo e voltando o tempo todo entre as duas intermediárias. Um atributo muito importante para um box-to-box se sair bem na parte ofensiva é o chute de longa distância: jogadores como Lampard, Gerrard, Scholes e Carrick possuem bons chutes longos, podendo aproveitar as sobras na entrada da área ou mesmo bolas ajeitadas pelos atacantes, que fazem o papel de pivô. Como entre o box-to-box e o atacante não existe nenhum jogador especializado apenas em criação, é esse meio-campista que precisa arriscar mais os chutes de fora.
ANDERSON, O BOX-TO-BOX TUPINIQUIM
Talvez pelo motivo citado acima, o brasileiro Anderson não consegue destaque contínuo no Manchester United. Ele, que era um meia-armador nato, aprendeu a marcar, mas não consegue desempenhar o papel de box-to-box com tanta qualidade por faltar com as finalizações. Ele marca, avança como tem que avançar, mas no campo ofensivo se limita apenas a criar, além de quase não finalizar ao gol e não ter um bom chute longo. Com isso, mesmo quando faz boas partidas, sempre fica parecendo faltar alguma coisa, e como acaba aparecendo mais marcando, cria-se a falsa ideia de que se tornou um volante típico e perdeu a liberdade de atacar.
Você provavelmente está pensando agora: bom, se o box-to-box avança ao ataque, um imenso buraco no meio campo aparece. Não estaria errado se não fosse o adiantamento da linha defensiva, que sobe junto com a linha de meio-campo, posicionando-se poucos metros atrás. Isso pode tornar o time mais vulnerável a contra-ataques rápidos, porém a compactação dos jogadores dá o combate necessário caso o time perca a bola, pressionando o adversário até que todos se posicionem em suas posições originais.

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Palmeiras 2 x 3 Fluminense – Em duelo de opostos, campeão leva a melhor.



Análise Tática de Felipe Durigan do Blog Tática do Jogo

No sol escaldante de Presidente Prudente, Palmeiras e Fluminense duelavam por objetivos bem diferentes na competição. Enquanto o time paulista lutava para não cair e tentar uma reação incrível no campeonato, o tricolor carioca ia em busca de seu quarto título brasileiro a quatro rodadas do fim.

Ameaçado pelo rebaixamento, os palmeirenses não poderiam pensar em outra coisa a não ser a vitória, porém a torcida compareceu em pouco número no Prudentão e o apoio imaginado durante toda a semana, não passou de um sonho. Já no Fluminense, os 4 mil ingressos foram vendidos e o time teria que ganhar seu jogo e torcer para o Vasco pelo menos empatar com o Atlético-Mg, para o time levar sua quarta taça para casa e foi exatamente o que aconteceu. 

Precisando ganhar, Gilson Kleina armou o Palmeiras no 4-4-2 (losango), com João Denoni como o volante mais recuado e preso, Marcos Assunção como um volante de saída pela esquerda, Corrêa como volante de saída pela direita (Corrêa teve mais liberdade do que Denoni e Assunção para aparecer no ataque) e Patrick Vieira centralizado como jogador mais a frente, caindo bastante pelos lados do campo. No ataque, Barcos saia mais da área sempre procurando o jogo e Obina se posicionava mais como centroavante de referencia na área, tentando explorar o cabeceio.

Pelo lado do tricolor carioca, Abel utilizou o 4-2-3-1 com a mesma escalação que jogou contra o São Paulo na ultima rodada. Edinho era o primeiro volante mais fixo e Jean pela direita saia mais para o jogo, apoiando assim o lateral Bruno. Na linha de três no meio, Wellington Nem era o ponta direita explorando as jogadas de linha de fundo e entrando em diagonal, Thiago Neves era o meia centralizado que também caia muito pela esquerda trocando de posição com Rafael Sóbis que era ponta esquerda. Na frente o artilheiro Fred sempre sendo a referencia. Abaixo o desenho tático dos times.

Enquanto Kleina apostava no 4-4-2 losango e na liberação dos meias e dos laterais, Abel usava o 4-2-3-1 com perfeição, anulando o Palmeiras em muitos lances.
Atrás na tabela e necessitando de uma vitória, o Palmeiras foi pra cima desde o começo, mas os velhos problemas de armação e conclusão de jogada voltaram a acontecer. Com a mudança no esquema tático e de alguns jogadores, Kleina buscava dar mais liberdade para os volantes Corrêa e Marcos Assunção, o meia Patrick Vieira (que quase sempre o papel de terceiro atacante) e os laterais Juninho e principalmente Wesley, que subia bastante e as maiores oportunidades com bola rolando foram pela direita. Outra tentativa com o losango era a marcação, como por exemplo, quando o time era atacado, fazendo Corrêa e Marcos Assunção recuarem e se juntarem a João Denoni, fazendo um trio de volantes protegendo mais a zaga. Abaixo o flagrante do losango palmeirense, com Corrêa tendo mais liberdade que Marcos Assunção no ataque.


No losango, Patrick Vieira mais a frente e Corrêa saindo mais que Assunção.
Os paulistas tinham mais a posse de bola, porém não era muito produtiva e o jogo ficava muito no meio-campo, já quando o Fluminense conseguia chegar ao ataque, sempre levava perigo ao goleiro Bruno, como nas duas cabeçadas de Fred, em que a primeira aos 12 minutos, Bruno fez boa defesa e na segunda aos 38 minutos a bola acabou na trave.

Buscando sempre os cruzamentos para a área e a bola parada, o Palmeiras passou a ser mais perigoso pela direita com Wesley, Corrêa e Barcos, que sempre tentavam levantar para Obina que uma vez ou outra até conseguia levar perigo de cabeça, mas foi muito pouco para um time que precisava da vitória, pelo lado carioca, Abel tinha dificuldade para organizar Thiago Neves e Rafael Sóbis, que ocupavam a mesma área do campo e começaram a ficar improdutivos. Com um time mais balanceado e equilibrado, o gol parecia questão de tempo para o Fluminense, que conseguia chegar com perigo pelos lados com Carlinhos pela esquerda e Wellington Nem pela direita, mesmo tendo o meio improdutivo com Thiago Neves e Sóbis.

Quando o primeiro tempo parecia terminar empatado, o Fluminense consegue uma boa jogada pelo meio com Sóbis que passou a alternar com Thiago Neves de posição e conseguiu um belo passe para Nem, que chutou e o goleiro Bruno fez uma bela defesa, porém no rebote o artilheiro Fred estava lá para conferir e abrir o placar aos 46 minutos. 

Fred comemora seu primeiro gol no jogo.

Sem ter o resultado esperado, Kleina coloca Maikon Leite no lugar de Obina, tendo assim um atacante mais de movimentação e deixando Barcos como referencia no ataque, porém o balde de água fria veio logo aos 8 minutos do segundo tempo, quando Fred tentou um cruzamento pela direita e a bola desviou em Mauricio Ramos, sem dar chances para Bruno e deixando o que era difícil, ficar quase impossível. 

“Morto” psicologicamente, o Palmeiras já não encontrava forças para buscar uma reação e quase tomou o terceiro aos 10 minutos, quando Nem disparou pela direita e quase conseguiu cruzar para Fred completar. Na mesma jogada, Nem machucou o braço e teve que sair para a entrada de Marcos Júnior, no Palmeiras Kleina também mexia, tirando Marcos Assunção e colocando Luan, passando assim o time para o 4-2-3-1 com Maikon Leite na ponta direita e Luan na ponta esquerda, colocando Corrêa mais como lateral na direita e Wesley com mais liberdade pela direita.

Após as mudanças o Palmeiras voltou a incomodar e as jogadas de escanteios e faltas passaram a ser a única chance para o time e acabou dando certo aos 15 minutos com Barcos de cabeça, aproveitando a confusão na área. Empolgado com o primeiro, os paulistas voltaram a sonhar com o empate, que veio logo em seguida aos 19 minutos, quando Patrick Vieira apareceu livre e deu uma cabeçada certeira para o gol. Abaixo como os times terminaram o jogo.

O Palmeiras já todo bagunçado em um 4-2-3-1 e o Fluminense no 4-3-2-1.

Com muitos erros de marcação, Abel fez duas mudanças tirando Sóbis e Bruno e colocando Valência e Diguinho. Com as alterações, o time passou para o 4-3-2-1, com Jean como lateral direito, Diguinho como volante pela direita, Valência como volante mais centralizado e Edinho como volante pela esquerda. As mudanças de Abel deram certo e o time controlou o ímpeto do Palmeiras que pressionava bastante e passou a explorar os contra-ataques que eram frequentes naquele momento. Ai veio o golpe final do time mais “frio e calculista” desse campeonato, aproveitando-se do cansaço físico e mental do Palmeiras em um contra-ataque pela direita, Jean que havia acabado de perder uma boa chance, arrancou pela lateral e deu um belo cruzamento para Fred, que de primeira mandou para o fundo do gol e sacramentou a vitória e o título do tricolor carioca.

Um título merecido do melhor time do campeonato em números e futebol. Um futebol pragmático como foi o futebol do Corinthians (campeão de 2011) e do próprio Fluminense (campeão de 2010), mas acima de tudo um futebol de resultados e um título incontestável para um time que tem o artilheiro até agora do campeonato, Fred com 19 gols e um goleiro que defende tudo atrás, Diego Cavalieri. Parabéns ao Fluminense Football Club pelo seu quarto título brasileiro. 

Fred é até aqui o artilheiro do brasileirão com 19 gols


Grande Abraço !!!

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Falta o “saca-rolha” ao Grêmio


Sou fã inveterado do centroavante. Ávido por sua presença no onze inicial. Mas, toda regra possui sua exceção. O centroavante carece de um parceiro que o complete. Oras, se ele for alto, rijo e tombador, nada mais natural que um pequenino, veloz e driblador seja seu comparsa de ataque. Como diz o ditado: uma andorinha só não faz verão.
Este é o "saca-rolha". Quem desorganiza a defesa adversária. Um mágico. Quem tira os coelhos da cartola.
"Saca-rolha" moderno, pois, o ponta, "saca-rolha" de época, foi crucificado, morto e sepultado. Porém, o intuito segue o mesmo. Driblar, desacorçoar, "arteirizar" - de arteiro, pregar peças - o futebol.

Me pergunto. Como apreciar um bom vinho se não há um "saca-rolha"? Este trabalho "sujo" deve ser feito para se chegar ao objetivo. No caso do vinho, degustação. No futebol, o gol.

Saca-rolhas moderno. Mas sua utilidade segue a mesma.

Terceiro colocado no campeonato brasileiro, um ponto de distancia do segundo lugar. Você estaria satisfeito? Para um clube da envergadura do Grêmio, não.
O lapso no espaço temporal tricolor de títulos parece não ter fim. A receita de títulos, antes enraizada nas entranhas do Grêmio, perdeu o cozinheiro, o tempero não é o mesmo, não há troféus, o jejum perdura mais de uma década.
Será o acaso brincando com a sorte tricolor?

Há dezessete anos, o tricolor dos pampas tinha uma dupla de impor respeito a qualquer time do Brasil, quiçá do mundo. Paulo Nunes e Jardel. O diabo loiro e Super Mario – Jardel -, como ficou conhecido em Portugal. Um completava ao outro. Paulo Nunes endiabrando os adversários com dribles desconcertantes e Jardel, dentro da grane área, centroavante de carteirinha. Faltava qualidade técnica a Jardel? Transbordava em Paulo Nunes. O diabo loiro era pequenino em estatura? Jardel compensava no alto de seus um metro e oitenta e oito centímetros.
A dupla esta eternizada na historia tricolor, com honras. Bons tempos.

Voltando a dois mil e doze. Nome por nome, posição por posição. O Grêmio possui um bom time. Não confunda com elenco. Além disto, o tricolor possui um verdadeiro técnico na casamata. Vanderlei Luxemburgo esta honrando seu passado. Armou um harmonioso 4-4-2, geometricamente no quadrado, que colocou a equipe nos trilhos.
O coração de qualquer equipe de futebol, meio campo, é o ponto forte tricolor: Fernando e Souza na volancia; Zé Roberto e Elano na criação. Meio de campo que alia juventude e experiência, dosados quase que perfeitamente. Há sempre um, porém. O ataque deixa a desejar. Quem, em sã consciência, imaginaria que, Kléber, o gladiador e, Marcelo Moreno, formariam dupla de “ataque” com abstinência de gols? Tal afirmação levaria o ser ao sanatório mais próximo.
A dupla não esta em sintonia. Estão mais para “tico e teco”, ou seja, batendo cabeça. A decepção do ano trata-se de Kléber. Chegou com pompa e circunstancia, mas não esta fazendo por merecer.
O camisa trinta fica mais tempo fora da área do que dentro. Ora bolas. Kléber é avante! Deve entrar na grande área. Quando perambula, rodeando a grande área, o faz de costas, fazendo pivô e chamando a falta, porém, torna o jogo truncado, lento e fornece chance do adversário se postar defensivamente. Kléber, definitivamente, não é atacante de movimentação. Seu corpanzil não casa com características de um atacante de movimentação.

Pergunto-lhes. O que Fluminense, Atlético Mineiro, Santos, São Paulo e Vasco da Gama possuem que o Grêmio não? O “saca-rolha”!
Quando o jogo esta truncado, adversário defendendo atrás da linha da bola, linhas compactas. Quais suas opções para ultrapassar esta cortina de ferro? Diria eu, a vitoria pessoal. O drible. A essência do futebol brasileiro. O drible descongestiona o futebol, rompe barreiras, desorganiza sistemas defensivos. O Grêmio não o tem. Esta fora da alçada tricolor. Luxemburgo já fadigou de afirmar, “nosso time é técnico, não habilidoso, há diferenças”. Luxa esta certíssimo.

Em outrora, jogadores de qualidade imensurável no ato de driblar estavam caindo de maduro. Hoje? Contam-se nos dedos. O futebol vistoso, arte perdeu para o futebol força. A truculência ganhou na historia e enterrou a arte. No Brasil, a pá de cal padeceu em 82. O futebol arte brasileiro foi derrotado pelos brucutus italianos (isto é folclore, uma maneira charmosa e romântica de contar o futebol).

Preteou o olho da gateada do Fluminense. Quem desafoga? Wellington Nem! O extremo (ponta, winger, meia-ala...) rompe por um dos lados, deixa dois ou três adversários para trás e retira cerco a Fred. Deixar Fred “solito no más”, é assinar atestado de óbito. Deus perdoa, Fred não!

Uma dupla às avessas. Ronaldinho e Bernard. Não há figura de um centroavante “porreta”. Jô fica na média brasileira. Ronaldinho comanda o Galo com maestria, mas, por vezes, a marcação chega junto e ofusca a estrela do camisa quarenta e nove. Quem compensa? Bernard! Semelhante a Wellington Nem, joga pelas beiradas do campo. No meu ponto de vista, é mais habilidoso. Bernard é endiabrado, passa como quer pelo marcador.

Ele é de outra turma. Destoa dos demais. Sim! Uma andorinha só faz verão. Neymar é exceção. O camisa onze do Santos encanta por seu futebol. Qual o esquema do Santos? Diria, Neymar e mais dez. Muricy armou o alvinegro praiano voltado a Neymar. Bola no garoto e ele resolve. Tem sido assim, infelizmente, uma lastima. Não tenho palavras para enquadrar Neymar, impossível enquadra-lo, provavelmente ele driblaria as linhas e palavras deste texto.

Neymar! O rei do drible no Brasil.

Há discussão. Será, realmente, Lucas um grande jogador ou só mais um velocista? Afirmo, categoricamente que, Lucas será um grande jogador. Alia velocidade a qualidade técnica. Bem verdade que abusa das capacidades físicas.
A exemplo dos demais, Lucas joga pelas beiradas. Parte para dentro do marcador e, semelhante ao Fluminense, possui parceiro de dar inveja. Luis Fabiano, o Fabuloso!

Já foi sonho de consumo do tricolor dos pampas. Éder Luís não vive grande fase no vasco da Gama, mas já foi essencial na equipe cruz-maltina. O time do alto da colina esta em decadência. Porém, o Vasco possui este jogador e, Éder, já provou que é “saca-rolha”.

Perceberam alguma semelhança entre todos “saca-rolhas” citados? Todos jogam pelas beiradas do campo. Independente do esquema, o segredo é jogar por faixas onde não há aglomerados e congestionamento de defensores. Obviamente as laterais do campo favorecem este posicionamento, pois, o centro possui os grandes marcadores – volantes e zagueiros -, sem contar que, o objetivo, gol, fica ao centro.

Falta o “saca-rolha” ao Grêmio. O clube não almeja algo amais pelo fato de não tê-lo. No 4-4-2 quadrado de Luxemburgo o tricolor agoniza por um driblador. Velocista, não!
Alguém que tira um, dois ou três para dançar. Que abra espaço para os demais. Faço das minhas as palavras de Diogo Olivier: “
São jogadores assim que desmoronam defesas pétreas. Eles mexem na marcação alheia, desencaixando as peças do ferrolho e abrindo espaços.”.

Para dois mil e treze, o Grêmio clama por avante que, segundo Olivier, ziguezagueie na direção do gol.

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